Numa situação de crise mundial como a que atravessamos, reduzir custos é fundamental para a sobrevivência de qualquer empresa. Na área de comércio exterior, não há dúvida que contratar os serviços de uma assessoria aduaneira ou operador logístico é o primeiro passo para diminuir custos, como já descobriu, há muito tempo, boa parte das empresas que se dedicam à exportação e importação. Afinal, com a terceirização dos serviços aduaneiros e de logística, a empresa pode se dedicar ao seu core business, ou seja, a sua atividade-fim.
É exatamente isto o que deve levar em conta a direção da empresa ao contratar um operador logístico, sem se ater apenas aos valores da proposta comercial. Afinal, ao contratar um operador logístico, a empresa, além de passar a contar com profissionais especializados e uma infra-estrutura adequada, acumula ganhos ao poupar recursos humanos e gastos e tempo com treinamentos, além de recuperar impostos e evitar possíveis passivos trabalhistas que sempre funcionam como bomba de efeito retardado.
E não só. A terceirização da logística não deve ser vista apenas como redução dos custos de transporte. Até porque a redução de custos, na maioria das vezes, vem também de forma indireta, pois serviços logísticos mais ágeis acabam por favorecer o fluxo das mercadorias e, assim, o espaço físico que estava destinado para armazenagem de determinados produtos, com a movimentação rápida rumo ao seu destino final, acaba sendo utilizado para receber novos produtos. Há, evidentemente, um ganho, que pode ser indireto, mas que é muito difícil de mensurar.
O exportador/importador deve levar em conta também que o operador logístico, como pode utilizar a mesma equipe para atuar nas operações de vários clientes, fica em condições de cobrar menos por um trabalho com o qual o contratante iria gastar muito mais se tivesse de utilizar seus próprios funcionários e equipamentos. Em outras palavras: o trabalho consolidado para vários clientes garante ao operador logístico custos competitivos.
Além disso, como atua para vários clientes e segmentos ao mesmo tempo, o operador logístico também está sempre mais bem aparelhado em termos de veículos, equipamentos, rastreamento e controle de frota e automação de armazéns. Tudo isso significa menos custos logísticos para o cliente.
Pesquisa recente do Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração de Empresas (Coppead) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mostrou que as maiores empresas do Brasil mantêm um índice de terceirização de serviços de logística semelhante ao dos EUA e Europa, ao redor de 91%, principalmente no que diz respeito a transporte.
Em 81% dos casos, segundo o estudo, o objetivo dessa opção é a redução dos custos. No entanto, apenas 57% delas têm alcançado a meta, com uma economia média de 13%. A partir dos dados da pesquisa, levantados junto a 115 empresas entre as de maior faturamento no País em 19 setores da economia, o estudo estima que a terceirização já permite uma redução média de 13% nos custos das empresas, o que representaria um ganho de eficiência no País avaliado em R$ 20 bilhões por ano.
Segundo o levantamento, 73% das empresas também buscam, ao terceirizar, uma melhoria de eficiência operacional. No total de seus orçamentos para logística, os recursos destinados às empresas prestadoras de serviços já chegam a 63%. Pelo menos 48% das organizações consultadas pretendem ampliar o grau de terceirização, enquanto 36% informam que essa pretensão é parcial (restrita a algumas áreas da empresa).
Ainda de acordo com a pesquisa, o índice de terceirização nas grandes empresas brasileiras chega a 94% no transporte de suprimento; 92% no transporte de distribuição; 86% no transporte de transferência (realizado internamente); 64% na armazenagem; e apenas 10% na gestão dos estoques.
Por aqui se vê que, apesar da crise, o futuro para os operadores logísticos é alentador. Até porque, em função do novo cenário mundial, as empresas estão obrigadas a fazer uma revisão de seus custos e de suas cadeias de abastecimento, recorrendo a operadores logísticos para novos estudos, projetos e melhores condições operacionais. O segredo, portanto, está em contratar o operador logístico certo, ou seja, aquele que puder oferecer as melhores soluções a custos reduzidos, sem perda de qualidade e velocidade no atendimento.
Milton Lourenço
É diretor-presidente da Fiorde Logística Internacional, de São Paulo-SP.
Muito interessante, como podemos ver,existe um belo futuro para as empresas de agenciamento de carga, uma vez que a participação brasileira no comércio mundial tende também a crescer.
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