EUA querem presença de representante de cada empresa estrangeira que venda para o país
A lei que pretende obrigar corporações estrangeiras que comercializem produtos com os Estados Unidos a ter um funcionário que responda pela empresa no em território americano tem o objetivo de gerar empregos e renda , além de incentivar a indústria americana. Esta é a constatação da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil). A ideia é que as companhias que exportam para os EUA contratem trabalhadores americanos como seus representantes.
Um comitê da Câmara americana já aprovou o "Ato de Prestação de Contas dos Fabricantes Estrangeiros de Produtos Manufaturados", que atinge empresas que vendem carros, remédios, químicos e todos os tipos de produtos de consumo para os Estados Unidos – o maior importador do mundo.
A Europa adotou medida semelhante para produtos químicos e derivados no ano passado, afirma o vice-presidente da associação, José Augusto de Castro. Ele explica que a medida engloba praticamente todos os produtos industrializados, já que “um banco de automóvel, por exemplo, possui produtos químicos na sua fabricação”.
- Os EUA querem gerar empregos lá. A meta dessa lei é criar uma dificuldade para quem exporta para eles, o que acaba incentivando a indústria nacional deles. Infelizmente, é uma regra do país e não há nada que podemos fazer. Não é contra as regras internacionais.
A lei prevê a instalação de representantes nos Estados onde a empresa estrangeira mais venda, ou seja, o número de representantes legais deverá ser multiplicado no país. Se a empresa for mandar um brasileiro para os EUA, isso representa custos com visto, passagem, moradia, alimentação, explica Castro. Para as empresas menores, isso pode ser um grande obstáculo.
- As grandes empresas já possuem representantes no país, mas deverão ter que ampliar [se a lei for aprovada]. Agora, para as pequenas e médias [empresas], é pior ainda porque os gastos aumentam demais. Para essas corporações, vai ficar mais fácil abandonar as vendas para os EUA.
Além de gerar empregos e incentivar a produção nacional, os EUA alegam que as leis de “direitos sociais” têm o objetivo de proteger os consumidores, meio ambiente, direitos trabalhistas e a segurança nacional. Esta é a oitava lei (aprovada ou em tramitação) relacionadas à imposição de barreiras a entrada de mercadorias importadas no país.
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