A crise européia poderá começar a afetar as exportações brasileiras para o continente dentro de 30 a 60 dias, acredita o ministro interino do Desenvolvimento, Welber Barral. Para Barral, o efeito da crise é sobre a confiabilidade de negócios e de garantias. No entanto, por ainda estar centrada em poucos países europeus, os principais mercados que importam do Brasil, como Alemanha e Holanda, não foram diretamente afetados. Welber responde pelo ministério enquanto o ministro Miguel Jorge estiver em viagem à Espanha, acompanhando as negociações para um acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Européia (UE).
De acordo com as projeções de Barral, o impacto negativo vai ocorrer num prazo de 30 a 60 dias. Ele evitou especular sobre o volume de queda nas vendas externas do país, mas aproveitou a ocasião para defender intervenções do Banco Central (BC) no mercado de moedas para evitar oscilações nas cotações, o que afetaria ainda mais o desempenho comercial.
Segundo os dados do Ministério de Desenvolvimento da Indústria e Comércio (MDIC) as exportações do Brasil para a União Européia no primeiro quadrimestre de 2010 superaram em 20% em comparação com o mesmo período de 2009. Nos quatro primeiros meses do ano passado foram exportados US$ 10,063 bilhões, enquanto que neste ano o valor foi de US$ 12,080 bilhões. As importações, por sua vez, também apresentaram crescimento. O montante importado pelo Brasil em 2010 ultrapassou em 33,9% o total comprado pelo País nos quatro primeiros meses de 2009 (US$ 8,468 bilhões).
Comércio entre UE e Brasil cai
O saldo comercial no quadrimestre de 2010 é de US$ 743,8 milhões, favorável para o Brasil, porém 53,4% inferior ao mesmo período de 2009. A corrente comercial, na mesma análise, marcou US$ 23,418 bilhões, uma alta de 26,37% frente aos US$ 18,532 bilhões registrados no ano passado. O ministro acredita que o Brasil não conseguiu acompanhar a recuperação econômica dos EUA.
Caso a expectativa do ministro interino se concretize, o governo vai ter que reduzir a meta de exportações de US$ 168 bilhões neste ano. Além da crise na Europa, o governo também está apreensivo com o fato do Brasil não ter se beneficiado, até agora, da retomada da economia norte-americana. Em vez de acompanhar o crescimento econômico do país, o ritmo de expansão dos embarques de produtos para os EUA estacionou em 20%. “A manutenção dos níveis de exportação para os Estados Unidos é preocupante porque, afinal de contas, eles tiveram uma recuperação neste último ano e nós não conseguimos aumentar o market share (participação de mercado) para produtos manufaturados”, disse o ministro interino do Desenvolvimento.
Nicomex Notícias – Redação
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