segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

CNI quer medidas mais eficazes para resolver a questão cambial

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, cobrou ontem celeridade do governo na divulgação de medidas concretas para combater a forte desvalorização do dólar frente ao real.

Ao comentar a atitude do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que na terça-feira convocou uma entrevista coletiva, mas frustrou expectativas ao não anunciar nenhuma ação prática em relação ao câmbio, Andrade destacou que o que acalma e deixa o mercado mais tranquilo são somente medidas efetivas. "Às vezes você falar que vai fazer medidas deixa a gente até um pouco mais inquieto porque você não sabe que medidas são essas", observou Andrade.

Evitando críticas diretas, o presidente da CNI disse que compreendia a intenção do titular da Fazenda de sinalizar a atenção do governo em relação ao problema. Mas tratou o alarme falso com certa ironia. "No momento em que ele convocou a coletiva, a gente tinha a impressão de que ele ia divulgar alguma medida concreta, mas de concreto mesmo ele falou que o salário mínimo vai ser de R$ 540."

Andrade mostrou-se pouco otimista em relação à meta numérica para a política cambial e de comércio externo em 2011. O ministro falou em um superávit comercial de US$ 20 bilhões, o mesmo realizado no ano passado. "As previsões para este ano são de déficit", salientou o presidente da CNI, destacando que o saldo da balança comercial brasileira está baseado na exportação de commodities.

Segundo ele, a pauta de exportação deve necessariamente abranger produtos manufaturados e com conteúdo tecnológico. "Seria muito bom se fosse US$ 20 bilhões novamente. Mas, mesmo assim, todo saldo da balança comercial que nós temos hoje são pelas commodities." Antes de participar de uma visita de cortesia ao governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), Andrade destacou que a situação do câmbio frustra e contribui significativamente para a redução da competitividade da indústria nacional.

"A indústria brasileira hoje não tem competitividade para participar do mercado externo. E não tem competitividade porque o câmbio está supervalorizado, o real. Porque nós temos ainda muitos custos tributários inerentes aos produtos exportados, a nossa infraestrutura não é adequada", ressaltou. "Esperamos medidas urgentes, imediatas, que possam reverter essa situação", enfatiza Andrade.

Fonte: Agência Estado em DCI (6/1/2011)

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