quarta-feira, 7 de julho de 2010

Yuan fraco afeta comércio brasileiro, diz Meirelles

LUCIANA XAVIER, ENVIADA ESPECIAL Agencia Estado

WASHINGTON - O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, disse hoje que a desvalorização da moeda chinesa, o yuan, em relação ao dólar afeta o desempenho do comércio exterior brasileiro, uma vez que 7% do total das exportações do País iam para a China antes da crise e esse número praticamente dobrou depois dela.

No entanto, ele disse que qualquer movimento em direção à valorização da moeda chinesa deve ser tratado como parte de uma questão mais ampla, de como reequilibrar a economia global de modo que países com grandes superávits em conta corrente, como a China, se tornem mais dependentes do consumo doméstico, enquanto nações onde o consumo interno é mais forte, como os Estados Unidos, consigam impulsionar a poupança interna.

Meirelles disse ainda que as discussões com a China em torno de um "sistema de moeda local" para comércio bilateral não teriam efeito na atual cotação do real e do yuan. Ele disse que o objetivo é criar um sistema como o que o Brasil tem com a Argentina e o Uruguai, por meio do qual importadores e exportadores podem processar seus pagamentos e recebimentos em moeda local em seus respectivos bancos centrais no lugar de ter que fazer operação de câmbio em dólar.

Meirelles deu entrevista à agência Dow Jones durante sua passagem por Washington, nos EUA, onde participou de reuniões com o G-20 na sede do Fundo Monetário Internacional (FMI). As informações são da Dow Jones.

Chineses querem ter 5% do mercado brasileiro até 2015
Cenário: Cláudia Trevisan - O Estado de S.Paulo

Praticamente inexistentes nas ruas do Brasil, os carros chineses devem ser cada vez mais comuns nos próximos anos e poderão alcançar uma fatia de pelo menos 5% do mercado local até 2015, avaliam representantes brasileiros de marcas do país asiático. A Chery saiu na frente e vende, desde o ano passado, o Tiggo, uma caminhonete montada no Uruguai. Só neste ano, a empresa pretende lançar no Brasil três novos modelos, entre os quais o popular QQ, que será vendido a R$ 20 mil.


No próximo ano, será a vez da JAC, cujos veículos serão importados pelo grupo SHC, do empresário Sérgio Habib, o mesmo que trouxe carros Citroën para o Brasil em 1990. "Naquela época, a ideia de comprar um carro francês era absolutamente estranha para o brasileiro", disse Habib durante o Salão do Automóvel de Pequim.

Nenhuma concessionária quis vender Citroën, o que forçou o empresário a criar sua própria rede de distribuição. Habib aposta que os carros chineses poderão percorrer trajetória semelhante. "Os japoneses demoraram 30 anos para produzir carros bons, os coreanos, 15, e os chineses vão demorar sete." A meta de Habib é vender 36 mil carros JAC no Brasil em 2011, com uma rede de 60 concessionárias. No ano seguinte, o número seria elevado para 60 mil veículos, com 120 revendedores.

Segundo Luis Curi, CEO da Chery do Brasil, a montadora espera vender no País 10 mil carros em 2010 e 25 mil no ano seguinte. A empresa chinesa pretende investir US$ 700 milhões na construção de uma fábrica de veículos de pequeno porte no Brasil, mas ainda estuda a localização do empreendimento e os modelos que poderão ser fabricados.

Com o quarto maior mercado automobilístico do mundo e um forte potencial de crescimento, o Brasil se tornou central na estratégia de expansão e de internacionalização das montadoras chinesas. "O Brasil é a prioridade, é onde as vendas podem crescer de maneira vertiginosa", afirmou Curi. Sua previsão é que o mercado brasileiro chegue a algo entre 4,5 milhões e 5 milhões de unidades vendidas em 2015. No ano passado, foram 3,2 milhões.

Apesar da perspectiva positiva, Habib diz que não haverá uma invasão de carros chineses no mercado brasileiro. "Para vender carros no Brasil é preciso montar uma rede de distribuidoras, e isso demora e custa caro." Além disso, o frete e o imposto de importação de 35% dificultam a entrada dos veículos.

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